#vemprimeirão

Este blog é um espaço cultural que tem por objetivo mostrar fatos atuais e aspectos importantes da área de Artes e Atualidades. É mantido por alunos de uma turma de 9º ano B do Ensino Fundamental Maior, do Colégio Clita Batista. Foi construído com o objetivo de levar à sociedade um conjunto de informações e conhecimentos; realizar associações, produzir textos criativos e despertar a consciência crítica.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Som da terra (Matheus Nunes)

Sonic Pavilion, 2009


Redondo Beach, Estados Unidos, 1968; vive em Los Angeles, Estados Unidos

Sonic Pavilion, 2009
pavilhão de vidro e aço, revestido de película plástica; poço tubular de 202 m de profundidade,
microfones e equipamento de amplificação sonora

Sonic Pavilion [Pavilhão  sônico]  é uma obra site-specificdesenvolvida a partir de uma ideia pré-existente e resultado de um processo de cinco anos, entre pesquisa, projeto e construção. A obra se fundamenta num princípio bastante simples, embora ambicioso e de complexa realização. Trata-se de abrir um furo de 200  metros de profundidade no solo, para nele instalar uma série de microfones e captar o som da Terra. Este som é transmitido em tempo real, por meio de um sofisticado sistema de equalização e amplificação, no interior de um pavilhão de vidro, vazio e circular,  que busca uma equivalência entre a experiência auditiva e aquela com o espaço. Doug Aitken encontrou em Inhotim não apenas as condições técnicas para o desenvolvimento da obra, mas também um contexto onde o trabalho fizesse sentido. Ao trabalhar em relação com a natureza e na escala da  paisagem, a  obra  se  torna  herdeira  dos  Earthworksdos  anos 1960 e 1970.  No entanto, aqui esta afinidade é renovada ao introduzir elementos sonoros e de tecnologia.
Definir o que  de  fato escutamos  no interior de  Sonic Pavilion  não é  simples –  micro ruídos são gerados no interior da Terra, mas a enorme cavidade também cria um espaço de  reverberação  contínua, cujo som  é  transformado  pelo  trabalho  de  equalização. Ouvimos um padrão  nunca  repetitivo, rico em  frequências e  texturas, que  remete  à música minimalista de Terry Riley e Steve Reich. Do último, uma possível referência seria a peça processual Pendulum music (1968),  em que o som é gerado pelo movimento dos microfones em relação às caixas de som. O que Reich disse sobre sua peça parece servir como uma definição para  o processo sempre  contínuo, vivo  e aberto  de  Sonic Pavilion: “uma vez que o processo é estabelecido e iniciado, ele funciona por si mesmo”.



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